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Sua vida tem sentido?


A existência

Numa definição formal, o existencialismo é uma corrente filosófica que busca o conhecimento da realidade através da experiência imediata da própria existência, ou seja, o ser humano individual é visto como criador do significado da sua vida. A sua temporalidade, a sua existência concreta no mundo é aquilo que o constitui e não algo ditado por uma suposta definição teórica abstrata.


Embora todos nós sejamos indivíduos da mesma espécie e estejamos inseridos num mesmo contexto biopsicossocial, gozamos a liberdade que nos permite sermos igualmente diferentes. O que cada um de nós é e vive é o que define nossa essência e não o fato de pertencermos a uma condição humana geral. Existimos porque somos capazes de formular pensamentos e é essa liberdade que nos torna únicos. Uma mesma ideia pode ter milhões de leituras em função das nossas experiências e diferenças individuais, sob os olhos de cada um do coletivo.


Enquanto indivíduos dotados desta liberdade, nos tornamos todos responsáveis pelos nossos atos, os quais estão submetidos a um padrão organizado socialmente pela ética da responsabilidade individual. A pessoa é livre para fazer suas escolhas, mas está presa às consequências dos seus atos no exercício dessa liberdade.


A questão levantada por Heidegger sobre o sentido do ser esclarece bem a suposta incógnita sobre o existir. Não se pode definir o ser, nem determina-lo como uma coisa ou outra. A determinação do ser é dada por ele mesmo, no seu modo de viver e se relacionar livremente no mundo de modo autônomo, independente e indefinível, pois tudo é dinâmico, o que ele é agora poderá não ser daqui há um segundo.


Todos nós podemos fazer escolhas subjetivas de grandes dimensões dentro de uma gama de possibilidades diante dos fatos e circunstâncias da existência. Ocorre que em alguns momentos durante a vida, podemos nos perceber confusos e angustiados diante de dificuldades que embotam a nossa consciência. É nesses momentos que entra em cena o terapeuta com a incumbência de nos ajudar a ver a realidade no "aqui" e no "agora". O trabalho pode começar baseado na frase de Sartre: "Não devo perguntar o que fizeram de mim, e sim o que vou fazer com o que fizeram de mim", que sintetiza bem o poder que temos diante da nossa existência, o poder para ressignificar a vida apesar de tudo.


No trabalho terapêutico, o paciente é tratado como alguém capaz de se valer da sua liberdade para ser quem é, para se reconhecer e assumir a própria autonomia. O papel do terapeuta é lhe oferecer esse espaço e o apoio para que ele se mostre, se revele e identifique o sentido que quer dar à sua existência.


Portanto, cabe a cada pessoa ser a construtora e guardiã de si mesma e, quando requisitado, o terapeuta é aquele que a auxilia a superar o abismo existente entre o seu mundo e o mundo dos outros. É ele quem a alerta sempre para o cuidado de si mesma, para a importância da tarefa de se reinventar e criar novos significados para sua vida.

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